Após 40 anos de profissão, o professor Josué Alves Conceição, de 63 anos, que mora em Campo Grande, afirma que não quer parar de lecionar. Neste sábado (15), Dia do Professor, ele contou ao G1 que, mesmo com a aposentadoria garantida, decidiu não deixar as salas de aulas pois “adora ensinar”.
O professor lembra que seu fascínio pela educação começou na época em que ainda era estudante, em Presidente Prudente (SP). “Sempre tive ótimos professores, os quais admirava muito”, afirmou. Ele relatou que, em 1967, uma professora de Sociologia organizou uma excursão para Dourados (MS), para conhecer as tribos indígenas de Terenas. “Nós ficamos hospedados em uma escola da aldeia, muito precária e humilde. E foi isso que me motivou ainda mais, senti uma enorme vontade de vir para este estado para mudar isso”.
Em 1972, já formado no magistério, o professor foi para o município de Caarapó, distante 273 quilômetros de Campo Grande, e começou sua história nas salas de aulas. “Foram 40 anos de trabalho no magistério. Trabalhei em outros municípios do interior do estado como Nioaque e Jardim, por exemplo, até vir para a capital. Neste ano, no dia 20 de abril, me aposentei oficialmente”.
Se a pessoa para de trabalhar e não tem mais o que fazer, entra em depressão. Antes que ela me pegasse, voltei para a sala de aula"
professor Josué Alves Conceição, 63 anos
No entanto, ao invés do descanso, o professor preferiu não deixar a profissão e continua dando aulas, como substituto, em escolas públicas e particulares de Campo Grande. “Se a pessoa para de trabalhar e não tem mais o que fazer, entra em depressão. Pelo menos é isso que o povo diz. Então, antes que a depressão me pegasse, eu voltei para as salas de aula”, contou.