JAQUELINE DA PAZ OLIVEIRA
CONSCIÊNCIA NEGRA
E educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo.
Nelson Mandela.
Projeto elaborado para atender as exigências
Da Lei 10.639 promulgada pelo presidente da República Federativa do Brasil em 10 de janeiro de 2003. A qual inclui a História da África e da Cultura Afro-brasileira nos currículos da educação básica dos estabelecimentos públicos e privados do nosso país.
O Dia da Consciência Negra é um dia celebrado no Brasil, dedicado à reflexão sobre inserção do negro na sociedade brasileira. O dia 20 de novembro foi à data escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Líder do Quilombo dos Palmares que destacou-se pela resistência e luta contra a escravidão do seu povo.
O Movimento Negro comemora esta data desde a década de 1970, porém foi nos últimos anos com a Lei 10.639, sancionada em 10 de janeiro de 2003, pelo então presidente da República Luis Inácio Lula da Silva que inclui na grade curricular das Instituições Educacionais Brasileiras o ensino da História da África e da Cultura Afro-brasileira,assim como estipula o dia 20/11 a ser trabalhados nas escolas brasileiras_O Dia da Consciência Negra.A Lei 10.639/2003 é fruto de um conjunto de demandas sociais, apresentadas sobretudo pelos movimentos negros existente no Brasil desde o século XIX. Entre eles os movimentos abolicionistas, as irmandades religiosas, os terreiros de candomblé e umbanda, as revoltas sociais etc.A luta organizada da comunidade negra no Brasil, ao longo de todo o seu percurso, gerou entre outras demandas, o combate ao racismo- que no caso do Brasil se “caracteriza como um processo de produção das desigualdades sociais entre as etnias e não como relação de ódio como em outras partes do mundo”(CUNHA JR,2008,p.49)-, o reconhecimento da especificidade da cultura de matriz africana e uma ampla crítica à situação social que o movimento negro fez à educação punha em questão entre outros, a negação de racismos nas práticas educativas do nosso sistema educacional, a própria exclusão processada na educação em suas políticas curriculares e o discurso do tratamento igualitário e universalista da educação.Amparado no discurso universalista também se construiu na cultura escolar uma enorme dificuldade de compreensão da importância de se valorizar a diversidade.Tornando-se no presente “imperativo o debate da educação a serviço da diversidade,tendo com grande desafio a afirmação e a revitalização da auto-imagem do povo negro”( CAVALLEIRO,2006,p.13).
Outro aspecto importante a ser destacado na Lei 10.639/2003 é em relação à formação de atitudes éticas, premissa fundamental para uma educação das relações étnico-raciais.
O presente projeto visa discutir e debater temas inerentes a comunidade negra: História da África e dos Africanos. A luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional destacando a inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, assim como a contribuição do povo negro nas áreas social, economia e políticas pertinentes á História do Brasil.
Resgatando, ainda de maneira insipiente e tímida, tudo o que um continente nos legou. Entender esta história de dor e desespero (o negro não veio para o Brasil foi trazido), de alegrias e superação (marcando de maneira indelével todos nos - mesmo aqueles que não o admitem) é nossa tarefa professores e alunos, pais e filhos de tal modo que enfim possamos nos orgulhar daquilo que somos: uma mistura magnífica de várias raças onde a negra desempenhou e desempenhará sempre um papel marcante. Combatendo na escola os preconceitos, estereótipos e desvalorização dessa parte significativa da população brasileira.
Haja vista que segundo o IBGE, no Brasil os negros são correspondentes a menos de 10% da população. E entre a população negra jovem (especificamente no segmento de 15 a 17 anos), 36,3% cursaram ou cursam o ensino médio; entre os brancos, a parcela é de 60%.Entre aqueles que têm até 24 anos, 57,2% dos brancos haviam atingido o ensino superior, contra apenas 18,4%.O rendimento médio da população branca no Brasil é de R$812, 00; já a dos negros é de R$ 409,00. Entre a parcela de 1% dos mais ricos do país, 86% são brancos.
O projeto da E.E. O. I.R.V. B busca dentro dessa temática provocar mudanças significativas no legado de discriminação, exclusão e silenciamento vivenciado pelos afro-brasileiros dentro e fora da escola.Onde aborda com os educandos os temas como “racismo”, “preconceito” e para isso recorre ao estudo da História do Brasil destacando toda a História do Brasil Colonial e o processo de escravidão aos negros aqui chegados da áfrica e suas conseqüências até vivenciadas pelos seus descendentes.
Já que somos sabedores enquanto educadores que ninguém nasce racista ou com opiniões já formadas, mais sim que aprende com alguém, e como somos responsáveis por grande parte da educação dos nossos educandos devemos nos empenhar em mudar esse tipo de prática utilizada pelos brasileiros do racismo “camuflado”.Somos formadores de opinião e contribuímos para a cidadania e inclusão dos nossos alunos numa sociedade mais justa e pacífica, precisamos nos atentar as situações surgidas a nossa volta e sempre que possível intervir e dialogar as problemáticas com os nossos alunos.O dia 20/11 é uma ótima oportunidade para estarmos debatendo não só o preconceito contra negros mais sim todos os tipos de preconceito existentes questionando-os e os intimando-os a contribuir com suas boas atitudes para a sociedade vigente.
Considerando que é de fundamental importância o conhecimento como grande arma para proporcionar mudanças profundas numa sociedade oportunizamos os nossos educandos que a Semana da Consciência Negra com a finalidade de conhecermos e refletimos a história do afro-descendentes para a formação do povo brasileiro.
Conhecer a história dos negros se faz necessário para combater o preconceito existente na sociedade brasileira. Pois assim a real democracia poderá se fazer presente. O projeto desenvolvido na escola é para toda a comunidade escolar buscar atentar-se sobre a questão racial no Brasil e identificar e respeitar as diferenças apresentadas pelas diferentes identidades que formam o povo brasileiro.
Nada melhor do conhecer, informa-se para mudar o senso comum, e as atitudes já
Impregnadas na sociedade.
Tornando-se necessário não só no dia 20/11 trabalhar essas questões mais estarmos atentos cotidianamente para interferimos quando situações de racismo ou preconceito se apresentem na escola, em casa ou em qualquer outro grupo social.
O Dia 20/11 é o compromisso e a responsabilidade social assumida pelos educadores enquanto formadores de opinião.